segunda-feira, julho 17, 2006

.opinião (17/07/06)


Quanto vale a sua fé?
de Gustavo Resende

Igrejas e templos estão em cada esquina. Vendem a fé como uma mercadoria no 'marchex aux puces' (mercado de pulgas - Paris).
A sociedade está cada vez mais buscando a espiritualidade como forma de solucionar seus problemas materiais. O pouco - que nos restava - de senso sobre a divisão entre material e espiritual está se dissipando. Ou ainda pior: está acabando?
Não estou falando de dogmas, tradições ou preceitos de cada religião. Não estou questionando dízimos, ofertas e contribuições. Cada um com seu cada qual.
O que questiono é como os líderes religiosos utilizam de artifícios para solucionarem problemas materiais. A pessoa não procura uma igreja, nos dias atuais, para se espiritualizar, encontrar respostas para dúvitas etéreis e divinais. O ser humano tem procurado igrejas para solucionar as dívidas de cartão de crédito, cheque especial, desemprego e etc. Não é bem assim que a banda toca.
Na edição passada da revista Veja, a publicação abordou um pouco (e preconceituosamente) a religiosidade, principalmente a religiosidade protestante e pentecostal. Mostrou a fábrica de dinheiros que se tornou estas 'instituições'. Vale a pena ler.

Mas ainda não cheguei aonde quero chegar. Estes líderes e 'instituições' não estão apenas indicando soluções, caminhos ou para fortalecer o coração e a mente destas pessoas, eles estão procurando maneiras de transformá-las em seres que não pensam e não questionam, simplemente aceitam. E para isso, coloca a solução de todos os problemas materiais nas questões (porque não dizer, metafórica) espirituais. Assim, eles acabam criando novos conceitos, preceitos, dogmas e situações, aparentemente, absurdas aos olhos de qualquer cidadão com um pensamento são.

A religião, em breve, terá ações na bolsa de valores. A fé poderá ser paga com Visa (ou Mastercard). E você deixará todos seus problemas nas mãos de Deus, ao invés de lutar e conquistar o que almeja, com ajuda Divina, é claro.

Tá no cheque especial? Procure o gerente, depois procure Jesus. Vá à Igreja para encontrar caminhos que lhe leve até o seu profundo ser. Se encontre. Descubra as belezas da fé. Não vá à igreja para negociar com Deus ou deuses.

4 Comentários:

Às 9:59 AM , Anonymous Anônimo disse...

Você disse tudo o que eu penso. É por isso que não vou a igreja nenhuma. Tido bem, que que numa caixa de maças, pode haver uma poder. Mas prefiro o auxílio de um psicólogo que estudou pra isso.

 
Às 10:00 AM , Anonymous Anônimo disse...

Você disse tudo o que eu penso. É por isso que não vou a igreja nenhuma. Tudo bem, que que numa caixa de maças, pode haver uma podre. Mas prefiro o auxílio de um psicólogo que estudou pra isso.

 
Às 4:50 PM , Blogger Priscila Pinheiro disse...

è caríssimo...

sinto em informar que estamos na sociedade do "ter" e não do "ser". Houve sim, um tempo em que o espiritual era o centro de tudo, a principal razão da vida... Mas desde esse tempo o dinheiro e a ganância está no páreo.

o bolso, hoje, é mais importante que o espírito. então, cuda-se do bolso. o espírito que se dane...

A ingenuidade de alguns me assusta...
A covardia também...
A esperteza de uns e outros também...

E que Deus os perdoe. Eles não sabem o que fazem.

 
Às 10:32 AM , Blogger Marcelo Ribeiro disse...

A questão é que o homem reside espiritual, mas esqueceu que é dentro de si que reside tal vertente...

 

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