segunda-feira, julho 17, 2006

.eva


Eva

de Gustavo Resende


Víbora. Veneno.
Te amo. Meu amor, teu sustento.
Sexo, prazer e poesia.
Doce sabor deste lúdico sabor.

Lábio revelado ao alto e ao passo.
Lábio forte rebelado. Lábio meu, lábio seu.
Queria te dizer estas palavras, mas és traidora.
Seus frutos são frutos de ódio.

Rancor.
Amor. Te amo.
Víbora. Quão venenoso é nosso amor!
Quanto custa meu temor?

Quanto vale nosso beijo?
Um sabor? Uma maçã?
Maçã é teu instante, víbora.
Me apaixonei pela víbora que tu és.

Fui expulso do paraíso.
O paraíso do teu abraço, cobra.
Sabe Deus quando o terei de volta!
Na minha mente? Eternamente paraíso!

Eu quero pode te tocar.
Ver teus olhos brilhantes e inundados
Amar-te até o último fôlego.

Gostei do teu paraíso.
Último beijo.
Então ouvi
Ruídos de harpas e um:
Ou no meu paraíso?

Ame a mim. Sou como Adão.
Deixa ser tua cobra, víbora.
Ainda serei tua maçã.
Odiarei eternamente não poder pecar mais!


1 Comentários:

Às 9:33 PM , Blogger Priscila Pinheiro disse...

Bons versos. Até doeu. E pra que mais servem os versos? E pra que mais serve o amor?

 

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