terça-feira, agosto 12, 2008

o sentido que as coisas perdem


. o sentido que as coisas perdem
gustavo resende

Para que Chico, Polanski e Abreu se já estamos atrasados o suficiente? O que foi deveria ter sido há muito tempo atrás, não faz sentido ser hoje, mas é. E eu não me reconheço mais naquilo que passou e o agora me trás dores e sensações jamais prometidas. Eu já cantei com você as letras de Chico e hoje nada mais faz sentido, pois outrora, cantávamos alegremente, como dois apaixonados, na chuva de uma avenida, no silêncio de uma igreja, na noite com intensos e incomodos vizinhos. Invejosos todos eles, pensávamos. Éramos o que queríamos ser, de 'meu guri' até 'morena de angola', e o seu 'bom conselho' para mim, enfim, nossos duetos não precisavam de mais ninguém e quando tinha outro alguém, nós é que chamávamos e queríamos. Eu percebi que esse sentido se foi, pois hoje, quando te vejo na mesma avenida, com chuva, o silêncio corta e dói, os latidos de antes incômodos são como prazeirosos momentos de vácuo. E assim nós percebemos que precisávamos desse sentir para perceber o quanto estamos solitários. E o quanto a música de 'geni' com o seu 'zepelim' hoje explica o que queremos dizer. Polanski dançava em sua película para nós. Hoje nada mais expressa. Assistir pela última vez 'O bebê de Rosemary' talvez não tenha sido uma boa escolha. Se tivesse sido 'Lua de Fel', ou ainda 'Tess' (não, essa última de dá dor nas mãos por culpa de outro alguém). Mas não, optamos pelo clássico do terror e podemos ver o demônio encarnado em nós mesmos. Como pudemos fazer isso? Matar nossos 'eus' e dar as costas a tudo aquilo que antes fazia sentido. Por isso eu disse 'deviamos ter deixado como estava!' e continuo acreditando. Passado bom é passado. E você tentou sugerir um pouco do seu repertório de Caio Fernando Abreu. Mas eu terminei de ler há poucas semanas 'onde andará dulce veiga?' e me desculpe, Abreu e você, qualquer um é capaz de decorá-lo. Quero palavras doces, verdadeiras, sinceras. Não gostaria de palavras repetidas e que venham de seu 'decoreba'. E hoje não quero nem as doces, verdadeiras e sinceras. Não faço questão da sua palavra. Perdemos o trem das quinze para as duas. E não há outra viação que faça o mesmo caminho. E estou indo para outra direção. E quem sabe, um dia, nossas conduções não se choquem por aí? Só não se esqueça: as coisas perdem o sentido. E o atraso perde as coisas.

sábado, janeiro 26, 2008


A CAOLHA

por Júlia Lopes de Almeida

A caolha era uma mulher magra, alta, macilenta, peito fundo, busto arqueado, braços compridos, delgados, largos nos cotovelos, grossos nos pulsos; mãos grandes, ossudas, estragadas pelo reumatismo e pelo trabalho; unhas grossas, chatas e cinzentas, cabelo crespo, de uma cor indecisa entre o branco sujo e o louro grisalho, desse cabelo cujo contato parece dever ser áspero e espinhento; boca descaída, numa expressão de desprezo, pescoço longo, engelhado, como o pescoço dos urubus; dentes falhos e cariados.
O seu aspecto infundia terror às crianças e repulsão aos adultos; não tanto pela sua altura e extraordinária magreza, mas porque a desgraçada tinha um defeito horrível: haviam lhe extraído o olho esquerdo; a pálpebra descera mirrada, deixando, contudo, junto ao lacrimal, uma fístula continuamente porejante.
Era essa pinta amarela sobre o fundo denegrido da olheira, era essa destilação incessante de pus que a tornava repulsiva aos olhos de toda gente.
Morava numa casa pequena, paga pelo filho único, operário numa fábrica de alfaiate; ela lavava a roupa para os hospitais e dava conta de todo o serviço da casa inclusive cozinha. O filho, enquanto era pequeno, comia os pobres jantares feitos por ela, às vezes até no mesmo prato; à proporção que ia crescendo, ia-se a pouco e pouco manifestando na fisionomia a repugnância por essa comida; até que um dia, tendo já um ordenadozinho, declarou à mãe que, por conveniência do negócio, passava a comer fora...
Ela fingiu não perceber a verdade, e resignou-se.
Daquele filho vinha-lhe todo o bem e todo o mal.
Que lhe importava o desprezo dos outros, se o seu filho adorado lhe pagasse com um beijo todas as amarguras da existência?
Um beijo dele era melhor que um dia de sol, era a suprema carícia para o triste coração de mãe! Mas... os beijos foram escasseando também, com o crescimento do Antonico! Em criança ele apertava-a nos braços e enchia-lhe a cara de beijos; depois, passou a beijá-la só na face direita, aquela onde não havia vestígios de doença; agora, limitava-se a beijar-lhe a mão!
Ela compreendia tudo e calava-se.
O filho não sofria menos.
Quando em criança entrou para a escola pública da freguesia, começaram logo os colegas, que o viam ir e vir com a mãe, a chamá-lo - o filho da caolha.
Aquilo exasperava-o; respondia sempre:
- Eu tenho nome!
Os outros riam e chacoteavam-no; ele se queixava aos mestres, os mestres ralhavam com os discípulos, chegavam mesmo a castigá-los - mas a alcunha pegou. Já não era só na escola que o chamavam assim.
Na rua, muitas vezes, ele ouvia de uma ou outra janela dizerem: o filho da caolha! Lá vai o filho da caolha! Lá vem o filho da caolha!
Eram as irmãs dos colegas, meninas novas, inocentes e que, industriadas pelos irmãos, feriam o coração do pobre Antonico cada vez que o viam passar!
As quitandeiras, onde iam comprar as goiabas ou as bananas para o lanche, aprenderam depressa a denominá-lo como os outros, e, muitas vezes, afastando os pequenos que se aglomeravam ao redor delas, diziam, estendendo uma mancheia de araçás, com piedade e simpatia:
- Taí, isso é para o filho da caolha!
O Antonico preferia não receber o presente a ouvi-lo acompanhar de tais palavras; tanto mais que os outros, com inveja, rompiam a gritar, cantando em coro, num estribilho já combinado:
- Filho da caolha, filho da caolha!
O Antonico pediu à mãe que não o fosse buscar à escola; e muito vermelho, contou-lhe a causa; sempre que o viam aparecer à porta do colégio os companheiros murmuravam injúrias, piscavam os olhos para o Antonico e faziam caretas de náuseas.
A caolha suspirou e nunca mais foi buscar o filho.
Aos onze anos o Antonico pediu para sair da escola: levava a brigar com os condiscípulos, que o intrigavam e malqueriam. Pediu para entrar para uma oficina de marceneiro. Mas na oficina de marceneiro aprenderam depressa a chamá-lo - o filho da caolha, a humilhá-lo, como no colégio.
Além de tudo, o serviço era pesado e ele começou a ter vertigens e desmaios. Arranjou então um lugar de caixeiro de venda: os seus colegas agruparam-se à porta, insultando-o, e o vendeiro achou prudente mandar o caixeiro embora, tanto que a rapaziada ia-lhe dando cabo do feijão e do arroz expostos à porta nos sacos abertos! Era uma contínua saraivada de cereais sobre o pobre Antonico!
Depois disso passou um tempo em casa, ocioso, magro, amarelo, deitado pelos cantos, dormindo às moscas, sempre zangado e sempre bocejante! Evitava sair de dia e nunca, mas nunca, acompanhava a mãe; esta poupava-o: tinha medo que o rapaz, num dos desmaios, lhe morresse nos braços, e por isso nem sequer o repreendia! Aos dezesseis anos, vendo-o mais forte, pediu e obteve-lhe, a caolha, um lugar numa oficina de alfaiate. A infeliz mulher contou ao mestre toda a história do filho e suplicou-lhe que não deixasse os aprendizes humilhá-lo; que os fizesse terem caridade!
Antonico encontrou na oficina uma certa reserva e silêncio da parte dos companheiros; quando o mestre dizia: sr. Antonico, ele percebia um sorriso mal oculto nos lábios dos oficiais; mas a pouco e pouco essa suspeita, ou esse sorriso, se foi desvanecendo, até que principiou a sentir-se bem ali.
Decorreram alguns anos e chegou a vez de Antonico se apaixonar. Até aí, numa ou outra pretensão de namoro que ele tivera, encontrara sempre uma resistência que o desanimava, e que o fazia retroceder sem grandes mágoas. Agora, porém, a coisa era diversa: ele amava! Amava como um louco a linda moreninha da esquina fronteira, uma rapariguinha adorável, de olhos negros como veludos e boca fresca como um botão de rosa. O Antonico voltou a ser assíduo em casa e expandia-se mais carinhosamente com a mãe; um dia, em que viu os olhos da morena fixarem os seus, entrou como um louco no quarto da caolha e beijou-a mesmo na face esquerda, num transbordamento de esquecida ternura!
Aquele beijo foi para a infeliz uma inundação de júbilo! Tornara a encontrar o seu querido filho! Pôs-se a cantar toda a tarde, e nessa noite, ao adormecer, dizia consigo:
- Sou muito feliz... o meu filho é um anjo!
Entretanto, o Antonico escrevia, num papel fino, a sua declaração de amor à vizinha. No dia seguinte mandou-lhe cedo a carta. A resposta fez-se esperar. Durante muitos dias Antonico perdia-se em amarguradas conjecturas.
Ao princípio pensava: - É o pudor.
Depois começou a desconfiar de outra causa; por fim recebeu uma carta em que a bela moreninha confessava consentir em ser sua mulher, se ele se separasse completamente da mãe! Vinham explicações confusas, mal alinhavadas: lembrava a mudança de bairro; ele ali era muito conhecido por filho da caolha, e bem compreendia que ela não se poderia sujeitar a ser alcunhada em breve de - nora da caolha, ou coisa semelhante!
O Antonico chorou! Não podia crer que a sua casta e gentil moreninha tivesse pensamentos tão práticos!
Depois o seu rancor se voltou para a mãe.
Ela era a causadora de toda a sua desgraça! Aquela mulher perturbara a sua infância, quebrara-lhe todas as carreiras, e agora o seu mais brilhante sonho de futuro sumia-se diante dela! Lamentava-se por ter nascido de mulher tão feia, e resolveu procurar meio de separar-se dela; iria considerar-se humilhado continuando sob o mesmo teto; havia de protegê-la de longe, vindo de vez em quando vê-la à noite, furtivamente...
Salvava assim a responsabilidade do protetor e, ao mesmo tempo, consagraria à sua amada a felicidade que lhe devia em troca do seu consentimento e amor...
Passou um dia terrível; à noite, voltando para casa levava o seu projeto e a decisão de o expor à mãe.
A velha, agachada à porta do quintal, lavava umas panelas com um trapo engordurado. O Antonico pensou: "Ao dizer a verdade eu havia de sujeitar minha mulher a viver em companhia de... uma tal criatura?" Estas últimas palavras foram arrastadas pelo seu espírito com verdadeira dor. A caolha levantou para ele o rosto, e o Antonico, vendo-lhe o pus na face, disse:
- Limpe a cara, mãe...
Ela sumiu a cabeça no avental; ele continuou:
- Afinal, nunca me explicou bem a que é devido esse defeito!
- Foi uma doença, - respondeu sufocadamente a mãe - é melhor não lembrar isso!
- E é sempre a sua resposta: é melhor não lembrar isso! Por quê?
- Porque não vale a pena; nada se remedeia...
- Bem! Agora escute: trago-lhe uma novidade. O patrão exige que eu vá dormir na vizinhança da loja... já aluguei um quarto; a senhora fica aqui e eu virei todos os dias saber da sua saúde ou se tem necessidade de alguma coisa... É por força maior; não temos remédio senão sujeitar-nos!...
Ele, magrinho, curvado pelo hábito de costurar sobre os joelhos, delgado e amarelo como todos os rapazes criados à sombra das oficinas, onde o trabalho começa cedo e o serão acaba tarde, tinha lançado naquelas palavras toda a sua energia, e espreitava agora a mãe com um olhar desconfiado e medroso.
A caolha se levantou e, fixando o filho com uma expressão terrível, respondeu com doloroso desdém:
- Embusteiro! O que você tem é vergonha de ser meu filho! Saia! Que eu também já sinto vergonha de ser mãe de semelhante ingrato!
O rapaz saiu cabisbaixo, humilde, surpreso da atitude que assumira a mãe, até então sempre paciente e cordata; ia com medo, maquinalmente, obedecendo à ordem que tão feroz e imperativamente lhe dera a caolha.
Ela o acompanhou, fechou com estrondo a porta, e vendo-se só, encostou-se cabaleante à parede do corredor e desabafou em soluços.
O Antonico passou uma tarde e uma noite de angústia.
Na manhã seguinte o seu primeiro desejo foi voltar à casa; mas não teve coragem; via o rosto colérico da mãe, faces contraídas, lábios adelgaçados pelo ódio, narinas dilatadas, o olho direito saliente, a penetrar-lhe até o fundo do coração, o olho esquerdo arrepanhado, murcho - murcho e sujo de pus; via a sua atitude altiva, o seu dedo ossudo, de falanges salientes, apontando-lhe com energia a porta da rua; sentia-lhe ainda o som cavernoso da voz, e o grande fôlego que ela tomara para dizer as verdadeiras e amargas palavras que lhe atirara no rosto; via toda a cena da véspera e não se animava a arrostar com o perigo de outra semelhante.
Providencialmente, lembrou-se da madrinha, única amiga da caolha, mas que, entretanto, raramente a procurava.
Foi pedir-lhe que interviesse, e contou-lhe sinceramente tudo o que houvera.
A madrinha escutou-o comovida; depois disse:
- Eu previa isso mesmo, quando aconselhava tua mãe a que te dissesse a verdade inteira; ela não quis, aí está!
- Que verdade, madrinha?
Encontraram a caolha a tirar umas nódoas do fraque do filho - queria mandar-lhe a roupa limpinha. A infeliz se arrependera das palavras que dissera e tinha passado a noite à janela, esperando que o Antonico voltasse ou passasse apenas... Via o porvir negro e vazio e já se queixava de si! Quando a amiga e o filho entraram, ela ficou imóvel: a surpresa e a alegria amarraram-lhe toda a ação.
A madrinha do Antonico começou logo:
- O teu rapaz foi suplicar-me que te viesse pedir perdão pelo que houve aqui ontem e eu aproveito a ocasião para, à tua vista, contar-lhe o que já deverias ter-lhe dito!
- Cala-te! - murmurou com voz apagada a caolha.
- Não me calo! Essa pieguice é que te tem prejudicado! Olha, rapaz! Quem cegou a tua mãe foste tu!
O afilhado tornou-se lívido; e ela concluiu:
- Ah, não tiveste culpa! Eras muito pequeno quando, um dia, ao almoço, levantaste na mãozinha um garfo; ela estava distraída, e antes que eu pudesse evitar a catástrofe, tu o enterraste pelo olho esquerdo! Ainda tenho no ouvido o grito de dor que ela deu!
O Antonico caiu pesadamente de bruços, com um desmaio; a mãe acercou-se rapidamente dele, murmurando trêmula:
- Pobre filho! Vês? Era por isto que eu não queria dizer nada!


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tem coisas maravilhosas que a gente acha pela internet.

terça-feira, janeiro 08, 2008

a última carta para Deus


a última carta para Deus.
de Gustavo Resende



Deus é egoísta. Peço perdão se te ofendo, leitor. Peço a Deus que não me puna. E muito mais, eu peço pra que não deixe meus amigos e familiares não leiam isto. Ainda mais os crentes e benevolentes. Eles são caretas!
Bah. Dane-se. Não me importo mais em pecar. O destino é a morte. O que tem depois dela nos deixa imóveis de viver, por tanto especular. E o que mais considero ingrato é morrer. É egoísmo. Ele faz e Ele quer de volta? A justiça pode parecer justa. Mas não considero como tal. Perdoe-me pela soberba também. Por tratar neste texto o poder divinal como algo reles e de pouco respeito. Principalmente, por usar sempre a primeira pessoa. Mas é o que eu penso. Ou o que me fez pensar agora. Pode ser da boca pra fora. Que seja, ou não.
O que importa é que envio selado, uma carta. Que enquanto não me explicar os segredos de todos os mistérios do universo, eu não envio nenhuma outra carta. Ouviu? Pronto.

domingo, dezembro 02, 2007

A rosa
Marisa Monte


Tu és divina e graciosa
Estátua majestosa
No amor!
Por Deus esculturada
E formada com ardor...
Da alma da mais linda flor
De mais ativo olôr
Que na vida é preferida
Pelo beija-flor...
Se Deus
Me fora tão clemente
Aqui neste ambiente
De luz, formada numa tela
Deslumbrante e bela...
Teu coração
Junto ao meu lanceado
Pregado e crucificado
Sobre a rosa e a cruz
Do arfante peito teu...
Tu és a forma ideal
Estátua magistral
Oh! alma perenal
Do meu primeiro amor
Sublime amor...
Tu és de Deus
A soberana flor
Tu és de Deus a criação
Que em todo coração
Sepultas um amor...
O riso, a fé, a dor
Em sândalos olentes
Cheios de sabor
Em vozes tão dolentes
Como um sonho em flor...
És láctea estrela
És mãe da realeza
És tudo enfim
Que tem de belo
Em todo resplendor
Da santa natureza...
Perdão!
Se ouso confessar-te
Eu hei de sempre amar-te
Oh! flor!
Meu peito não resiste
Oh! meu Deus
O quanto é triste
A incerteza de um amor
Que mais me faz penar
Em esperar
Em conduzir-te
Um dia ao pé do altar...
Jurar aos pés do Onipotente
Em preces comoventes
De dor, e receber a unção
Da tua gratidão...
Depois de remir meus desejos
Em nuvens de beijos
Hei de envolver-te
Até meu padecer
De todo fenecer...

sábado, dezembro 01, 2007

.pára paparapara!

. pára paparapara!
de Gustavo Resende


Venho por meio deste blog fazer um pedido do fundo do meu coração! Talvez, eu nunca tenha pedido algo tão sério e sincero em toda minha vida... Mas é algo que está me matando!

Bem, antes de qualquer coisa, não quero entrar no mérito do filme (Tropa de Elite), pois minha opinião é contrária e alvo de muitos ataques, mas eu tenho um embasamento teórico para ser contra. Acho o filme moralista e hipócrita, um filme claramente comprado para tirar da culpa do Estado o tráfico de drogas e a violência na sociedade atual. Como disse, não quero entrar no mérito de se é bom ou não o filme.

Nem quero entrar na questão de como a massa consumiu tal filme e os bens simbólicos e materiais vendidos com ele, tal como bordões derivados de jargões policiais, músicas e (pasmem) nomes, pois eu li que depois do filme pais registraram seus filhos como "Nascimento". Não quero entrar no mérito, como disse... Deixa a massa para lá...

Não quero causar mal-estar, por isso não quero debates, pois quem faz este blog sou eu e quem manda aqui sou eu, se tiver algum comentário maldoso (aliás, se tiver algum comentário) eu posso deletar! Sim, sou censor! Prevalece a minha opinião, por isso não querendo ser rude, eu vou apenas fazer o pedido e pedir para sair! (não resisti a piada)!

PELO AMOR DE DEUS, parem de tocar a música "paparapara", sim aquele funk ressucitado de mais ou menos 2000, com uma roupagem nova. Eu não suporto mais ouvir tal música. Tá, quem sou eu pra tal pedido? Uma alma que clama a Deus todo dia que lancem um filme-polêmica-com-jogada-de-marketing-leia-se-pirataria para chegar à massa consumidora de bordões, jargões e músicas com uma nova música. Deus queria que Ele me atenda. Já está ficando insuportável: é na rua, na chuva, na fazenda e numa casinha de sapê... Estou eu lá e toca a música!

Só por favor, parem! É micareta e toca a música, é festa particular e toca a música, é festa pop e toca a música, é baile funk e toca a música (tá, tá perdoado), é programa de tv e toca a música, é festa infantil e toca a música. Só não vi em velório, mas graças a Deus não morre alguém há meses (que continue assim, pois não faço questão de no lugar de uma música católica ouvir pessoas cantando que o morro do dendê é ruim de invadir e nóis com os alemão vamos se divertir(sic)!).

E pra acabar:

paparaparapará clac-bum!


. blasé
de Gustavo Resende


Minha numeróloga me mandou acrescentar um O no meu nome. Isso mesmo, um "O". No começo, achei besteira, afinal não posso em chamar Gustavoo Resende. Muito menos Goustavo Resende. Tampouco Reseonde! Não cabe o "o". Fui levar a sério quando vi a Aparecida Liberato (isso mesmo, a irmã do Gugu) falando no Sem Censura (isso mesmo, o programa da Leda Nagle - falta só ela receber na próxima semana a Luiza Ambiel e fazer uma banheira da Leda!) sobre numerologia. Ela contou um caso da J. K. Rowling! Não sabe quem é? Também não sabia, não é pecado: é a autora de Harry Potter! Agora, se você não sabe quem é Harry Potter, merece arder no mármore do inferno! Han? Você não sabe quem é Harry Potter? É um personagem gay de um livro sobre transexualidade. Quer dizer, não, não é isso. Peço perdão aos fã da série e aos meus amigos que gostam. Ele não é gay. O bruxo chefe de lá pode até ser, pois eu li no Fuxico! O Harry Potter é um menino que é bruxo e vai para uma escola de bruxaria e fica famoso em Hollywood e ganha milhões de dinheiro! Na verdade, o dinheiro foi pra conta dessa tal J.K. Ah, não é o que construiu brasília, fique calmo, este morreu mesmo. Eu vi na minissérie da Maria Adelaide Amaral! Quem é Maria Adelaide Amaral? Tá, eu sei que você está cansado de muitos nomes de famosos! Eu também estou! Prometo que é o último... A Maria Adelaide Amaral é uma escrita de minisséries da Globo e que escreveu a minissérie sobre o nosso ex-presidente JK. A J.K que eu falo é inglesa (eu acho, pois odeio fazer pesquisas para escrever minhas coisas, acreditem em tudo que escrevo, ou então, desacreditem em tudo: isso é só entretenimento!). Bem, o que a Aparecida Liberato falou no programa da Leda Nagle sobre a J.K., que não é o presidente Juscelino, cuja vida esteve sendo retratada na minissérie da Maria Adelaide Amaral é que ele não existe o K. Não, não, você entendeu errado! Ai, deixa eu explicar: o Juscelino é Kubitschek (eu acabo de pesquisar no google como escreve o nome dele!). Quem não é K é a J., que é a autora do Harry Potter que é o bruxo gay com uma tattoo maneira na testa! Antes de ser K, a J. era só J. e um J muito nada (quero abrir um parênteses, assistam a despedida da vogal I, no youtube!). A J. era só Rowling e não era nada. Escreveu Harry Potter e continuava pobre, depois que colocou o K no nome, ela ficou famosa, acreditam?!

Bem, então decidi adotar o "o" no meu nome! Num tem um monte de gente chamada "O' Neil"? eu já vi uns diretores, atores, cantores. Tá, são todos americanos e eu sou tupiniquim e sou nada, assim como era a J. Rowling. Mas vou escrever agora Gustavo O'Resende e ficarei famoso. Ah, vale ressaltar um detalhe: não é "O", como o artigo "o". A pronúncia é "Ouwl", que nem de "O'Neil", entenderam? Se não entenderam, relaxem, de agora em diante, vão ver meu nome nos melhores programas de tv, minhas fotos nos melhores out-doors e no hall da fama! E todos saberão meu nome: Gustavo O'Resende!

Valeu, minha numeróloga!

Bem, isso é só a introdução para o que eu queria falar que é sobre como estou saudosista ultimamente. Saudosista e muito apocalíptico com o destino da humanidade! Sabe em quem eu penso? Nos meus sobrinhos e nos meus filhos... como eles poderão crescer sem grandes clássicos do cinema, sem grandes músicas, sem grandes ídolos? Como as crianças de hoje que assistem animês com nomes bizarros como "Yo-Yo Araketu" ou um sítio do Pica-pau amarelo, onde quem faz a Emília é a filha do Humberto Martins em "Quatro por quatro" irão levar o mundo? Ah, como estou retrô... lembro muito desta novela, assim como tudo que ocorreu na década de 90. Tá, foi uma década de "abundamento", mas foi onde eu cresci! Saudade da época em que a Carla Perez balançava a bunda no GeraSamba! Saudade da época em que tinha a banheira do Gugu (o irmão da Aparecida Liberato), com Luiza Ambiel! Saudade da época em que eu não cansava de assistir Caverna do Dragão e suas intermináveis reprises! Saudade da época em que a Sessão da Tarde passava filmes como Denis, o Pimentinha; Os Batutinhas; De Volta pro Futuro; Jurassic Park (por sinal, comprei/ganhei todos os citados). Saudade da época em que a Xuxa trabalhava com a Marlene! Saudade da época em que Malhação era Academia! Saudade dos Mamonas Assassinas, das Spice Girls (elas voltaram, elas voltaram, elas voltaram, mas em Buenos Aires), Backstreet Boys! Saudade da época em que Angélica não era casada com o Huck (que por sinal apresentava as depilações da tiazinha na Band) e fazia a Fada Bela! Saudade de quando Fernanda Sousa era gorda e protagonista de Chiquititas! Saudade da época em que passava sábados em casa tentando ficar acordado para assistir "As aventuras" de Emmanuelle, seja em Veneza, seja na África, na Amazônia, até no Espaço! Saudade da época em que as versões brasileiras das músicas de sucesso no exterior eram na voz da Deborah Blando! Saudade na época em que Aguinaldo Silva escrevia novela regionalista sem a Susana Vieira! Saudade da época em que o Hans Donner fazia aberturas boas! Saudade do Master-Sistem! Saudade da época em que internet era discada e caia toda hora por causa do MIRC e do ICQ! Saudade da época em que tinha poucos amigos e assistíamos filmes de terror escondido na minha casa, tomando bebidas alcóolicas! (não contem para minha mãe)

Enfim, cansei de falar das minhas saudades... São muitas! Mas me pergunto, como as crianças de hoje podem crescer sem isso? Pode ser blasé o que vou falar agora, mas é do fundo do meu coração: ai, que saudade da época em que o Macaulay Culkin não era gay, nem viciado em drogas e ficava sozinho em casa na época do Natal.

Bem, neste Natal, só peço que exibam o filme para que eu passe sozinho em casa relembrando de como a vida era boa e eu não dava valor!

Assinado: Gustavo O'Resende

mariposa traicionera

... mariposa traicionera
dúvida cruel: não sei se posto a letra desta música em espanhol ou em português!
venceu o nacionalismo doentio! =D
Borboleta Traiçoeira
maná
É como uma borboleta
Voa e pousa, vai de boca em boca
Fácil e ligeira a quem te provoca
Eu sou o rato da sua ratoeira
Armadilha que não mata mas não libera
Vivo morrendo prisioneiro
Borboleta traiçoeira
Tudo a leva o vento
Borboleta não retorno
Ai, borboleta de amor, minha borboleta de amor
Já não volto contigo
Ai, borboleta de amor, minha borboleta de amor
Nunca jamais junto de ti
Voa amor voa dor
E não retorne por perto
Já vem de flor em flor
Seduzindo aos pistilos (fracos)
E voa perto do sol
Para que sinta o que é a dor
Ai, mulher como causa dano
Passam os minutos como se fossem anos
Veja estes ciúmes que estão me matando
Ai, mulher que fácil é
Abre tuas asinhas músculos coloridos
Onde se posam seus amores

segunda-feira, novembro 19, 2007

. momento quero ser igual!

pronto, tenho um fotolog (http://www.fotolog.com/yandd)!
agora só falta comprar um CD do Armandinho, ir numa rave, comprar um nike (pois a moda do allstar, eu já aderi), uma blusa da adidas, virar fã do capitão nascimento... e mais o quê?
ah, não... não aceito trocar meu celular por um V3!

passou o momento quero ser igual...

sexta-feira, outubro 26, 2007

protesto - parte um


SOU CONTRA O REUNI:


SOU CONTRA IMPOSIÇÃO FEITA PELO REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL, HENRIQUE DUQUE.

SOU CONTRA ÀQUELES QUE QUEREM CALAR A VOZ DE ALGUÉM.

SOU CONTRA ÀQUELES QUE LEVAM MAIS DE 300 POLICIAIS MILITARES PARA FAZER PAPEL DE PALHAÇO, INTIMIDANDO UM PEQUENO GRUPO DE ESTUDANTES.

SOU CONTRA QUALQUER FORMA DE CALAR A BOCA DE ALGUÉM.

SOU CONTRA MANIFESTAÇÕES BADERNEIRAS DE ESTUDANTES (O QUE NÃO HOUVE ATÉ O MOMENTO).

Desculpem, mas utilizarei o espaço deste blog para divulgar as informações sobre o que realmente acontece na Universidade Federal de Juiz de Fora, a imposição de um reitor, para a criação de um programa que (apesar de ser vendido como benéfico), só serve para sucatear a universidade pública e de qualidade.

E vou usar para mostrar momentos que passei na minha humilde luta estudantil, não sou nem de longe, um exemplo. apenas acompanho as manifestações do DCE.

E vou aproveitar para ressaltar que hoje vi o mais belo exemplo de manifestação estudantil e de patriotismo (luta para salvar a educação neste país). Ao contrário de ofensas, os estudantes da UFJF cantaram o hino nacional em coro contra os policiais militares que tentavam intimidá-los.

MARAVILHOSO!

nem dá vontade de falar... - parte um

de tudo que digo, só digo que não dá nem mais vontade de falar!

Coisas que eu sei
Danni Carlos
Eu quero ficar perto de tudo o que eu acho certo
Até o dia em que eu mudar de opinião
A minha experiência, meu pacto com a ciência
Meu conhecimento é minha distração
Coisas que eu sei
Eu adivinho sem ninguém ter me contado
Coisas que eu sei
O meu rádio-relógio mostra o tempo errado... aperte o ‘Play’
Eu gosto do meu quarto, do meu desarrumado
Ninguém sabe mexer na minha confusão
É o meu ponto de vista, não aceito turistas
Meu mundo tá fechado pra visitação
Coisas que eu sei
O medo mora perto das idéias loucas
Coisas que eu sei
Se eu for eu vou assim não vou trocar de roupa... é a minha lei
Eu corto os meus dobrados
Acerto os meus pecados
Ninguém pergunta mais... depois que eu já paguei
Eu vejo o filme em pausas
Eu imagino casas
Depois eu nem me lembro do que desenhei
Coisas que eu sei
Não guardo mais agendas no meu celular
Coisas que eu sei
Eu compro aparelhos que eu não sei usar... eu já comprei
As vezes dá preguiça
Na areia movediça
Quanto mais eu mexo mais afundo em mim
Eu moro num cenário
Do lado imaginário
Eu entro e saio sempre quando to a fim
Coisas que eu sei
As noites ficam claras no raiar do dia
Coisas que eu sei
São coisas que antes eu somente não sabia...
Agora eu sei


terça-feira, março 20, 2007

.pink e cérebro

- o que faremos esta noite, Cérebro?
- a mesma coisa que fazemos todas as noites, Pinky: tentar conquistar o mundo!

quarta-feira, março 07, 2007

.faltadoquefazer


.falta do que fazer do dia:


. poeminha para Maria

de Gustavo Resende



Maria, eu te amo tanto.

Mas tanto, tanto, tanto

que não caberia o tanto

que escreveria aqui

e o tanto que você demoraria

para tanto ler,

quanto para tanto eu escrever.


Por isso, Maria, a preguiça de tanto escrever

e pensando na sua fadiga de tanto ler

me fez desistir, porTANTO, de escrever?

Não. No enTANTO,

me fez desistir de te amar!

segunda-feira, março 05, 2007

.frase


.frase
diretamente de SURFANDO KARMAS & DNA de Engenheiros do Havaí, a frase:
'se soubesse antes o que sei agora, erraria tudo exatamente igual!'

.o que sinto: meu palco é o banheiro


holofotes na privada, por favor!

de Gustavo Resende


eu sou louco e sei disso. vou revelar pra quem quiser. vou gritar pra quem quiser ouvir meu maior segredo: eu tenho uma vida dupla. quando entro no banheiro, fecho a porta, uma nova personalidade (ou novas personalidades) invadem o meu ser. Isso mesmo. Eu falo, converso, conto caso, recebo prêmios importantes, atuo, canto, imagino cenas, escrevo, desenho, pinto, entrevisto, sou entrevistado. todas as minhas personalidades no ambiente de limpeza são célebres. são pessoas importantes que fizeram algo importante para alguém ou para si mesmo.


sabe por qual motivo eu faço isso? por que eu tenho essas personalidades? porque elas são fortes e não são fracas como eu. elas que me dão força para viver mais um novo dia. e no novo dia, quando percebo que não vou ter força, entro no banheiro na desculpa de dar uma 'cagadinha' e canto 'what a wonderful world' na brodway ou então recebo o globo de ouro por minha brilhante atuação no mais novo drama hollywoodiano e saio mais forte, mais feliz, mais intenso. não que eu me esqueça dos meus problemas, não. eu apenas me imagino ser alguém importante para alguém, alguém célebre. alguém que pode me ver além da minha carne.


sei que contando essa loucura, ninguém acredita. mas é a coisa mais real que já escrevi em toda minha vida. acho que quando tiver meus setenta anos, iniciarei minha auto-biografia com este texto, é óbvio que mais revisado e mais maduro.


eu queria viver num banheiro. me trancar num banheiro. lá, eu sou feliz! lá, eu sou importante! lá, eu recebo glórias por quem eu sou! lá, eu sou mais que um simples cagão sentado na privada imaginando idiotices, defecando asneiras. lá, eu sou mais do eu posso ser. lá, eu sou mais do que as pessoas limitam que eu seja.


lá, eu sou intenso.


terça-feira, setembro 05, 2006

.o que ouço? bandeira - zeca baleiro!


Bandeira
Zeca Baleiro


Eu não quero ver você cuspindo ódio

Eu não quero ver você fumando ópio para sarar a dor

Eu não quero ver você chorar veneno

Não quero beber o teu café pequeno

Eu não quero isso seja lá o que isso for

Eu não quero aquele

Eu Não quero aquilo

Peixe na boca do crocodilo

Braço da Vênus de Milo acenando tchau

Não quero medir a altura do tombo

Nem passar agosto esperando setembro, se bem me lembro

O melhor futuro este hoje escuro

O maior desejo da boca é o beijo

Eu não quero ter o Tejo escorrendo das mãos

Quero a Guanabara, quero o Rio Nilo

Quero tudo, ter estrela, flor, estilo

Tua língua em meu mamilo

água e sal

Nada tenho vez em quando tudo

Tudo quero mais ou menos quanto

Vida vida noves fora zero

Quero viver, quero ouvir, quero ver

(Se é assim quero sim, acho que vim pra te ver)

segunda-feira, agosto 28, 2006

.poema (drummond)


.as sem-razões do amor
de Carlos Drummond de Andrade


Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.

Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

DRUMONND É PERFEITO, NÃO É?

.o perfume


. o perfume
de Gustavo Resende

Andava pela rua, seus cabelos ao vento e sua face livre de detalhes e passados. Teus olhares mirando os meus olhares. Tenha dó de meu coração, eu pedia bêbado de tanto perfume. O teu cheiro misturava com o aroma das mais lindas rosas do parque público. Seu simples desejo e meu intenso momento.
Ignore mais uma vez. Ironias.
Os dias vieram. A noite veio. O beijo já é passado. Seu perfume foi com o vento. Seu perfume está longe, já nem consigo sentir mais. Nem se quiser (e muito).
O perfume dos sonhos já passou. O perfume dos momentos já passou. Ora bolas... Como tudo que passou, além do cheiro, do olhar, da face livre dos detalhes, da rua, da ressaca, dos mil olhares. Mas eu pedia: tenha dó do meu coração.
Se acaso passar pela rua, sentir seu cheiro. Lembrar de você. Não vou buscar esquecer, vou apenas buscar lembrar sofismamente do seu perfume. Não vou torturar meu coração, pois já o fiz bastante. Assim que eu passar na perfumaria, eu vou comprar o mais barato, o mais vagabundo, o mais fedorento e vou lembrar do momento de agora. Lembrar o que sinto por você agora. Um sentimento vazio, barato e sem nexo.
Perfumes e ironias a parte... Já que o meu perfume não é suficiente para você, vou borrifar por aí... Fica com o seu cheirinho na solidão...

quinta-feira, agosto 24, 2006


. a carência financeira!

EU VOU ASSALTAR UM BANCO!
Tô só avisando, viu? rs


.são jorge
de Gustavo Resende

Estou plagiando Djavan. São Jorge, me empresta o dragão?

Eu disse que não sabia se não, mas também não tinha certeza que sim. Mas nem você teve. A certeza é algo substancial. Devemos ter certeza daquilo que nos faz não correr nenhum risco. Por isso, nunca tenho certeza de nada!
Você sabe que eu só penso em você! Mas essa não é uma certeza minha! Nem sua. É um grande risco.
Não há como doer pra decidir! Mas a dor é uma certeza com riscos. E meu coração está dolorido.
Insiste em zero a zero e eu quero um a um. Na verdade, não quero nada. Quero apenas um refletido 'oi'.
Japonês em braile. É o próximo curso que vou me matricular, quem sabe assim, eu não consigo te esquecer ou melhorar minha impulsividade/ansiedade.
Deixa vir do coração? Eu deixei este tempo todo. (não controlei agora, tive que rir)
Você tem que largar a mão do NÃO. SÓ DIZER SIM OU NÃO. EU ADORO UM SE. VOCÊ ADORA UM SE. ADORAMOS UM SE.
Não quer meu calor? Vou procurar São Jorge!
E FODA-SE! NO MELHOR ESTILO 'PEDRO MARIANO' DA VERSÃO DE 'SE'.

terça-feira, agosto 22, 2006

.efeitos


.efeitos
de Gustavo Resende

"Outro dia, uma menina caiu e esfolou os joelhos. Sangrou, viu? E ela chorou. Tadinha. Aposto que é isso que você pensou, acertei?
Tadinha é o cacete! Bem feito, porra! Ela correu. Caiu. É um fenômeno natural. Aquela bosta de física, química ou biologia... enfim, ciência, deve explicar. Quem corre cai!
Como sou mau? Obrigado. Ser bom enjoa. Ser bom é ser chato. É ter pena. É não correr e não cair.
Desejo a todos quedas!"

último adeus de um suicida


"Outro dia, eu vi uma menina. Ela corria alegre. Carregava algo, acho que era um sorvete. Um sorvete de creme. Um sorvete com castanhas. Devia estar uma delícia. Ela corria. Corria muito. Para chegar perto do irmãozinho, para quem era o sorvete. Ela caiu. O sorvete caiu. A menina se machucou. Não é por causa do joelho que sangrava discretamente. Ela chorou porque o sorvete não teve o destino esperado."


o penúltimo adeus de um suicida. (antes de ser torturado por sua mente)


"Encontrei com a menina no inferno. E sabem o que ela está fazendo aqui? Antes do sorvete cair, ela colocou veneno. Queria matar o irmão. Filhadumaputa!"


chegando ao inferno, o suicída.


PARA CADA MOMENTO, UM EFEITO ESPERADO. NÃO É POR ACASO QUE DIZEM: "Quer saber teu futuro? Olhe teu passado.".

domingo, agosto 20, 2006

.papo de chuva


. papo de chuva
sentimentos de Gustavo Resende

Hoje está nublado. Minha mente e o céu.
Acordei ouvindo Leoni. Discografia completa, que não me completou. Além de ouvir Leoni, o dia foi muito gratificante, pois acordei e logo fui filosofando com um amigo sobre a existência divina, questionando 'livre-arbítrio' e discutindo aceitação das reações das pessoas.

Enfim, ainda são 2 e meia e já vivi muita coisa. Vivi coisa que nesta semana eu ainda não tinha vivido. Aliás, esta semana eu pouco vivi.

Ah, que papo de chuva. Papo que cai. Sem nexo. Sem bom senso. Sem lógica. Apenas cai.

Eu não queria falar de música, nem de cantor... Afinal, já falei do Leoni no post anterior, mas acabei de ouvir uma música dele que é perfeita! 50 receitas.
Pra quem não sabe, a letra diz: "eu já ouvi 50 receitas para te esquecer... que só me lembram que nada vai resolver..."!

Bem, pra quem não sabe, é isso que eu tô procurando. Quem tiver uma receita, aceito uma boa idéia, aceito que ela seja a 51º receita.

Deu uma vontade de ver Presença de Anita novamente, mas se ouvir mais uma vez 'ne me quitte pas', eu acho que enlouqueço. Vou dar umas férias ao meu ouvido...

Por falar nisso, a Mel Lisboa é bonita, sim! Eu acho. Ela tem uma beleza diferente, pelo menos na minissérie. Ela é sensual. Tem um ar de mistério. Não sei se é ela ou a personagem. Mas enfim, ela é linda, sim!

Outra coisa que foi conversado hoje: o equilíbrio entre o BEM e o MAL. Deus não é mal. Nem é Bom. Deus é Deus e ponto. Deus nos ajude e perdoe. Fiquei mais de 3 horas falando Nele e Dele hoje. Deus existe.

O destino também! Esse lance de "livre-arbítrio" é uma bobagem. Mas, enfim... É minha opinião!

Ah... nostalgia. Como tô isso, esses dias... Lembrando da minha infância, dos meus amigos, dos meus brinquedos, dos meus problemas tão simplórios. Do meu pensamento vago.

Queria ir para Cataguases, mas semana passada, aconteceu uma coisa que me fez ficar nessa cidade. Uma pia caiu! Mas o que isso tem a ver? Tem que na noite anterior, eu pedi a Deus ou ao Destino que algo acontecesse se fosse para eu ficar. E a pia caiu. Fica mais fácil escolher seus futuros dessa maneira...

Tô com muita saudade também. De uma pessoinha que entrou na minha vida e acho que nunca mais vai sair... A Roberta! Nós somos tão diferentes, mas tão parecidos. Temos afinidades astrais. Temos afinidades espirituais. Temos afinidades de olhares!

Eu achei que ia me lidar bem com a sua 'férias', mas tá duro, hein? Volta logo. Preciso ouvir mais uma receita... quem sabe a 51º! Afinal, as anteriores foram maioria suas...

Tem dia que eu tenho vontade de ver sangue. Hoje, eu tô vontade de ver meu sangue. Mas fiquem calmo. Meu alter-ego trabalha pra cacete e me freia quando preciso. Sempre!

Pensei em alugar um dvd de animação ou um besterol americano... ou quem sabe um daqueles do jim carrey... Mas tô sem dinheiro também. Carência financeira é o maior dos meus problemas!

Acho que vou fazer esses papos de chuvas mais vezes... Tá sendo bom falar sem nexo, sem noção. Tá parecendo TERAPIA.
Por falar em terapia, preciso urgente de um terapeuta. Meu TOC tem piorado cada dia mais... Além da síndrome das pernas inquietas... E isso pega, cuidado! Né, Roberta? rs

"o que me dá raiva são as flores e os dias de Sol... São os seus beijos e o que eu tinha sonhado para nós... são seus olhos e mãos... seu abraço protetor! é o que vai me faltar... o que fazer do meu amor?"

aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaiiiiiiiiiii! para com essa merda!

Roberta, volta logo... Precisamos subir no MORRO DO CRISTO e GRITAR PARA A TODA CIDADE!!! mandar toda essa bosta de gente tomar naquele lugar que o Sol não bate!

Precisamos assistir mais uma vez o 'jeans viajante'. E perceber que não temos mais tempo. Aliás, nunca tivemos...

MAS QUE MERDA DE TUDO, HEIN?

Vou assaltar um banco. Ou me cortar fazendo a barba! Não sei qual é o mais doloroso.
Já que quero ver sangue, o meu sangue, vou fazer a barba!

e Não me estressem!

Coisas que me irritaram:
*minha mãe levou o meu carregador de celular no lugar do dela!... Tenho que usar escondido o da irmã do Danilo! DROGA!

*estou sendo guardado em gavetas... é muito doloroso! mas é a hora da virada!

*andar muito para ir até um lugar e chegar lá não ver o que gostaria de ver... ou melhor, não fazer o que gostaria de fazer!

*todas as pessoas achando que eu que tô complicando as coisas simples da vida! ISSO ME IRRITA!!!

*as pessoas que me cumprimentaram na rua... EU ODEIO INTIMIDADE! BOM DIA É O CARA&*&$#*&$LHO!!!

*reler MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS... CLÁSSICOS TÊM ME IRRITADO UM POUCO ULTIMAMENTE. Tô preferindo coisas mais underground!

*as pestes dos meus amigos colocando a mesma música no som! MAS QUE CACILDA! Já chega da faixa 17, né Danilo?

*uma ex-amiga ter me esquecido... Liguei para ela esses dias e ela não sabia quem era! ACREDITAM???

*um e-mail que recebi muito mal-criado... Falta de educação é algo que não ACEITO!

*ser acordado com o telefone tocando... sendo que passei a noite na rua! rsrsrs

(enfim... muitas coisas me irritaram!)

ESTOU PUTO DA VIDA!

AGORA, TENHO QUE IR... TEM GENTE ME ESPERANDO EM OUTRO LUGAR...


Humpf! (eu respiro tentando encher os pulmões de vida...)

Desculpem o PAPO DE CHUVA...

Mas foi bom!
Pelo menos pra mim!
Comprem um guarda-chuva, já basta! (para bom entendedor, risco é Francisco, né, Beta?)

;)

.o que ouço?


.o que ouço?

As Cartas Que eu Não Mando --- Leoni
Composição: Leoni, Luciana Fregolente

Rio de JaneiroHoje é 23 do 3
Como vão as coisas
De mês em mês
Eu me sento pra escrever pra você
Eu reformei a casa
Você nem soube disso
Nem das outras coisas
Sabe, eu tive um filho
Já faz tempo que eu me perdi de você

Guardo pra te daras cartas que eu não mando
Conto por contar
E deixo em algum canto

Vi alguns amigos
Tropeçando pela vida
Andei por tantas ruas
São estórias esquecidas
Que um dia eu quis contar pra você
Eu fico imaginando:
Sua casa e seus amigos
Com quem você se deita
Quem te dá abrigo
Eu me lembro que eu já contei com você

E as pilhas de envelopes
Já não cabem nos armários
Vão tomando meu espaço
Fazem montes pela sala
Hoje são a minha cama
Minha mesa, meus lençóis
E eu me visto de saudades
Do que já não somos nós...



----> Eu sempre gostei dessa música. A letra é maravilhosa, mas tirando isso, o ritmo, o balanço da música é perfeito! muito boa mesmo!!! Ah, e não guardemos cartas, né? ;)

.conto (o sapo do futuro)


. o sapo do futuro
de Gustavo Resende

A menina acabou de acordar. Ela não é mais menina. Nem é mulher. É moça. Uma adorável moça. Tem seus quinze anos.
O primeiro toque do pé no chão frio do quarto a fez acordar para a realidade. Ela tinha sonhado que estava em um magnífico conto de fadas. Uma dessas histórias melosas que contam para crianças.
Ela adorava (e adora) conto de fadas, prefere o da Cinderela. Mas sente-se angustiada quando a carruagem vira abóboras. Os cavalos, ratos. A linda mulher se transforma em uma ordinária qualquer...
O sonho que teve foi mais ou menos assim. Ela passeava alegre e saltitante pelo bosque. Ali perto tinha um lago, um lago puro, transparente e belo. Ela podia se ver pelo reflexo. Via que refletia ali uma garota bela, mas triste. Infeliz, digamos. Uma menina que sonhava triste por não encontrar o grande amor. Lembrara dos dizeres de uma fada:
"Dar-te-ei o amor em troca de tua felicidade, aceita?"
Ela tinha dito não.
Hoje sabia que não podia ser feliz sem o amor. Nem poderia amar sem ser feliz.
Mais uma vez ela olhou para o seu reflexo e dali saiu um sapo. Um sapo robótico, cibernético... Um sapo do futuro. Ele tinha engrenagens pelo corpo. Seus movimentos eram programados. Seus sons eram simplórios, mas complexos. O sapo coachava sem parar, mas ela não entendia nada.
O sapo veio de um futuro. Um futuro tão futuro que nem ela que não pertencia àquele mundo poderia reconhecer. Ela beijou o sapo. Beijou seus parafusos.
- Serás meu príncipe.
O sapo pulou na água, desmontou-se e ela só via fios e metais indo para o fundo. Até que não viu mais seu príncipe e viu seu reflexo de infelicidade.
Andou até o castelo e lá encontrou um príncipe. Eles casaram e foram infelizes para sempre. Eles se amavam!